Publicado pela editora Novo Conceito;
288 páginas;
Conta a história de Ezra
Faulkner, um menino que era o melhor jogador de tênis, era quem todos queriam
ser, namorava uma menina que todos queriam namorar, tinha os amigos que todos
queriam ter. Até que ele sofre um acidente.
Nesse acidente, o joelho dele é atingido e por isso ele só consegue
andar com a ajuda de uma bengala.
Os “amigos” dele não foram visitá-lo
no hospital, e nem em sua casa. E é isso que o faz ficar uma daquelas pessoas
que não tem vontade de viver e etc. Não que ele seja um depressivo que pensa em
morrer, mas ele é um daqueles que pensam: Agora que eu não sou popular, não sei
o que faço da vida. E se afasta dos antigos “amigos” dele porque obviamente
eles não pareciam tão amigos assim.
No primeiro dia de aula, ele
volta a falar com um amigo que não falava a muito tempo, um amigo que ele diz
ter se afastado dele, depois de uma tragédia. Toby, o nome desse amigo. Toby é
o personagem que eu mais gostei no livro todo. Acontece uma tragédia com ele e
mesmo as pessoas sendo babacas o suficiente para fazer brincadeira com isso,
ele não está morrendo, diferente de Ezra.
Como o menino principal está com
o joelho acabado, não tem como jogar tênis, e como ele é uma pessoa obcecada
por isso, no livro todo ele fala disso. De como sente saudades, do que fazia e
etc. Mas antes ele cita que só joga tênis tão bem porque os pais dele o
obrigaram a aprender (e sabemos que “obrigar” é contra vontade. Deduzindo
então, que ele não gostava)(vocês estavam sentindo falta dos parênteses que eu
sei).
Então, Toby convida Ezra para ser
do grupo de debate, e é assim que ele encontra um novo grupo de amigos. Nesse
grupo ele conhece Cassidy. Uma menina a qual ele se apaixona (e que era uma
pessoa bem legal até o final).
Um fator que me incomodou muito
(extremamente) foi todo mundo que faz uma idiotice ser chamado de “filho da
puta”. Para Ezra e seus amigos putas ensinam aos seus filhos e filhas a bater
nos carros e não socorrer as vítimas, a insultar pessoas com deficiências e a pichar
brinquedos de crianças. Eu digo isso (caso não tenha percebido) ironicamente,
porque quando essas coisas acontecem o primeiro “insulto” que lhes vêm a cabeça
é: “Você é um filho da puta.” Ok, então se minha mãe fosse uma puta, todas as
idiotices que eu fizesse seria culpa dela, apesar de quem ter feito fui eu e
não ela. É por isso que diferente do que Sarah Mlynowski fala na contra capa do
livro, eu não fiquei loucamente, profundamente, desesperadamente apaixonada por
Ezra Faulkner, porque eu não me apaixono por pessoas machistas.
Sem contar que quando Ezra pensa
na possibilidade de Toby ser gay ele pensa exatamente assim: “Era estranho para
mim pensar que Toby podia ser gay. Não deixa de ter sentido, mas não me incomodava
em nada.” (pg. 167). Não é estranho se sentir bem porque alguém é gay, é
estranho você se incomodar com isso, porque a vida é dele e ele é gay porque
ele é e acabou. Porque você se incomodaria com ele ser gay mas não se incomoda
com sua amiga ser hétero? Podem pensar ser coisas diferentes mas não é. E o que
me incomoda mais nesses dois pontos, é estar escrito num livro, um objeto que
ensina, maneiras preconceituosas de lidar com uma situação.
Mas enfim, no final nos é
revelado algo (o que eu já sabia e pensei que não era segredo), que não explica
muita coisa. Que não explica nada. A consequência dessa revelação não tem
sentido. E o livro acaba com uma situação sem sentido (tão sem sentido que
quando eu acabei o livro fiquei: hã?). Desculpem-me se não estou sendo clara,
caso eu fosse, estaria dando spoiler. Mas, se vocês leram, podem deixar nos
comentários que nós conversamos sobre o livro! Eu aceito discordâncias, e
aceito perguntas também.
Caso você goste de um livro onde
tem todo aquele cenário de pessoas populares na escola e tentar descobrir quem
você realmente é, você vai gostar desse livro. Porém, eu sinto como se não
fosse o melhor livro sobre isso (eu sinto que nem é perto disso). É com certeza
um livro para passar o tempo. É leve, e não tem complicação nenhuma. É fácil de
entender e gostar, mas não é de se amar.
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